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Vítimas de triplo homicídio são sepultadas em Santa Maria

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)/
O corpo de Rafael Reis Espindola foi velado na sede do Esporte Clube Cerro Azul, local em que cresceu e foi morto, na noite de sexta-feira

Os corpos das três vítimas que foram assassinadas no começo da noite da última sexta-feira, em Santa Maria, foram sepultados na tarde deste sábado. Rafael Reis Espindola, 27 anos, foi sepultado no Cemitério Chácara das Flores, por volta das 17h. O velório ocorreu no mesmo local em que ele cresceu e foi morto, na sede do Esporte Clube Cerro Azul, no mesmo bairro da Região Norte.  

Tiroteio deixa três mortos e três feridos na Região Norte de Santa Maria

style="width: 25%; float: left;" data-filename="retriever">Segundo a família, Rafael (na foto ao lado, sem camisa) trabalhava fazendo bicos, era solteiro e não tinha filhos. Conforme o avô materno, Osmar da Silva Reis, 77 anos, ele recém tinha chegado ao local quando o crime ocorreu:

- Ele viveu comigo até os 15 anos, nasceu e cresceu aqui. Os tios tudo moram aqui, eu estava sentado na frente de casa quando ele chegou, estacionou o carro ali na rua, me cumprimentou e veio para cá. Era comum ele fazer isso, ele convivia por aqui.

De acordo com uma tia de Rafael, a partida de futebol amador que ocorria pela tarde havia terminado momentos antes da chegada dos bandidos.

- Se fosse no horário do jogo tinha sido pior, pegava mais gente. Eu estava aqui torcendo, fazia pouco que tinha ido para casa quando ouvi os tiros. Foi uma fração de minutos, recolheram tudo aqui e desceram de caminhonete com as coisas do jogo. A sede já estava fechada. Os guris estavam tirando o fardamento dentro do meu pátio quando passou aquele carro correndo e os caras gritando pra gente se abaixar, entrar para dentro de casa e não pegar o telefone para não chamar a polícia. Era uma chuva de tiro. Se eles três eram amigos, não sabemos, mas os outros dois vinham de vez em quando torcer para o time - relatou a tia, que preferiu não se identificar.

Dos três mortos em execução, polícia acredita que dois foram assassinados por engano

style="width: 25%; float: left;" data-filename="retriever">Já o corpo de Vagner Bech Machado, 32 anos (na foto ao lado, à esquerda), foi sepultado no interior de São Martinho da Serra, no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, também conhecido como Cemitério da Água Negra, por volta das 17h. Ele trabalhava como entregador de encomendas terceirizado na empresa Modolog desde março deste ano. Segundo a proprietária da empresa, ele era uma pessoa quieta, eficiente e que cumpria os horários. Ele morava com a mãe e um sobrinho no Bairro Carolina.

De acordo com alguns amigos que prestavam a última homenagem durante o velório, que ocorreu na capela 4 do Hospital de Caridade, Vagner teria ido até o local em que o crime ocorreu para tomar uma cerveja com os amigos.

- Era um guri maravilhoso, não tem o que falar. Eu ouvi a polícia chegando, mas jamais imaginei que fosse com ele. Ele ia só para olhar o jogo, era a terceira vez que ele ia ali nesse campo - disse uma das amigas.

style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">A terceira vítima, Sandro da Silva Pereira, 35 anos (de boné, na foto ao lado, à direita)foi sepultada às 17h30min, no Cemitério Jardim da Saudade, no Bairro Caturrita. Ele era serviços gerais e atleta conhecido do futebol amador na cidade. Segundo a família, ele era solteiro, tinha seis irmãos, não tinha filhos e morava com os pais na Vila Brasília, no Bairro Salgado Filho, região bem próximo ao campo de futebol onde tudo aconteceu.

- Ele estava vindo de um outro jogo e foi beber cerveja com os amigos no campinho. Ele estava no lugar errado, na hora errada. Ele era muito conhecido no futebol amador, já jogou para vários times. Meu pai também joga e ele aprendeu a gostar de futebol com o pai. Meus pais estavam em casa quando ouviram os tiros e logo depois os amigos apareceram para avisar que ele tinha sido baleado - relata Alessandra Pereira, irmã de Sandro.

O CRIME 

A Polícia Civil ainda trabalha para desvendar a motivação do triplo homicídio, mas é provável que dois dos três homens assassinados tenham sido mortos por engano. Conforme o delegado regional Sandro Meinerz, apenas Rafael tinha passagens pela polícia e era investigado por crimes como tráfico de drogas, roubo a estabelecimento comercial, roubo a banco (em Canguçu e Dilermando de Aguiar), receptação e tentativa de homicídio. Sandro e Vagner não tinham antecedentes criminais, o que leva a polícia a crer, neste primeiro momento, que eles não eram alvos dos bandidos na ação e devem ter sido mortos por engano. 

O crime ocorreu no campo de futebol na Rua La Paz, na Vila Cerro Azul. Um jogo de futebol ocorria no local no momento. Cinco homens fortemente armados chegaram em dois veículos, usando toucas ninjas e portando fuzis, pistolas, revólveres e submetralhadoras, trancando as duas entradas da rua, quando começou a troca de tiros com outros criminosos

Ainda segundo a polícia, os cinco homens vestiam camisetas da Polícia Civil. Durante o tiroteio, três pessoas foram mortas. Após a chegada da BM, iniciou-se uma perseguição aos criminosos. Eles, minutos antes, haviam abandonado o carro e roubado um Escort que estava parado em uma rua lateral. Ao serem cercados pelos policiais, os criminosos perderam o controle do veículo, bateram o carro em um muro de uma residência que fica na Rua Fernandes Vieira, no mesmo bairro. Dois criminosos foram baleados no rosto e um na barriga. Eles foram presos em flagrante pelo crime.

SOB CUSTÓDIA 

Dos cinco criminosos presos em flagrante por homicídio, alguns são da Região Metropolitana e outros de Santa Maria. Dois deles, identificados como David Pereira Machado, 21 anos, e Jeferson Rodrigues do Nascimento, 31 anos, foram encaminhados à Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Três seguem internados sob custódia da polícia no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm): Leandro Matheus da Costa Insauralde, 20 anos, Valdenir Lopes de Lima, 31 anos, e Vinícius Silva dos Santos, 21 anos. O Diário não conseguiu informações atualizadas sobre o estado de saúde deles, mas até as 18h deste sábado, os três permaneciam internados no hospital sob custódia. 

Até o momento, Santa Maria já registra 42 assassinatos neste ano. 

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